Fotônica
A Fotônica é a
ciência cuja
finalidade é o controle, manipulação, transferência e armazenamento de
informações utilizando fótons, que são os quanta de energia do campo
eletromagnético. Seu propósito pode ser considerado o mesmo que o da
Eletrônica, mas beneficiando-se das vantagens advindas do uso de fótons
em lugar de elétrons. O resultado são dispositivos mais rápidos, não
limitados pela resistividade elétrica inerente aos elétrons nos metais e
semicondutores.
Assim como a Eletrônica, que teve seu maior
desenvolvimento a partir de 1958 após o desenvolvimento dos circuitos
integrados, a descoberta do Laser em 1960 e o aprimoramento das fibras óticas
no final dos anos 70 impulsionou as pesquisas na fotônica e nas comunicações
óticas.
As fibras óticas e a fotônica também podem ser
usadas no desenvolvimento de transdutores óticos para produção de
sensores para diversos parâmetros físico-químicos como temperatura,
tensão mecânica, vibração, índice de refração, poluição química
ou biológica, etc.
Filtros de Rocking
(RF)
Também conhecido como Acoplador de
Polarização, o filtro de Rocking é um dispositivo foto-refrativo
produzido no interior de uma fibra ótica que acopla dois modos de
polarização ortogonais em uma banda específica de comprimentos de onda.
Para a produção dos dispositivos, deve-se alterar o índice de refraçao
do núcleo de uma fibra ótica birrefringente de uma maneira controlada e
periódica. O resultado é uma grade foto-refrativa que irá acoplar os
modos eletromagnéticos que satisfaçam a uma condição de casamento de
fase específica. Uma vez que este acoplamento é dependente de algumas
condições do meio externo à fibra ótica, o dispositivo pode ser utilizado como sensor
de temperatura ou tensão mecânica, por exemplo.
O processo de alteração do índice de refração da
fibra pode ser efetuado utilzando-se técnicas óticas com lasers de emissão
visível (técnica interna de escrita), ou lasers ultravioleta (técnica
externa de escrita).
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Redes de Bragg
(FBG)
Estes
dispositivos
foto-refrativos podem ser produzidos no núcleo das fibra óticas
utilizando-se lasers visíveis ou ultravioleta, de maneira semelhante a
técnica empregada para produçãodos
Filtros de Rocking. A técnica externa é mais empregada, pois possibilta
que o dispositivo opere em um comprimento de onda arbitrário, ao passo
que a técnica interna restringe o comprimento de onda de operação
àquele utilizado na gravação do dispositivo. Assim, é possível construir
dispositivos que operem na janela de comunicações óticas em torno de
1.55 µm, tornando-o compatível com a maioria dos sistemas de
comunicação existentes.
A rede de Bragg permite selecionar um único
comprimento de onda de uma banda larga de comprimentos de onda que tenham
sido acoplados à fibra, direcionando-o para algum outro componente
particular do sistema ótico. Desta forma, a monitoração deste comprimento de
onda pode trazer informações sobre o meio externo à fibra (como
temperatura, tensão mecânica ou vibração, por exemplo), ou então
direcionar informações que estejam codificadas neste comprimento de onda
para um sistema de comunicação ótica.
Interferômetro
para gravação das FBG

Espectro de uma FBG
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Redes de Período Longo
(LPG)
Esta classe de dispositivos pode ser
produzida empregando-se as mesmas técnicas comuns à produção dos RF e
das FBG, mas uma técnica particularmente interessante é a de produzir as
alterações periódicas do índice de refração da fibra utilizando-se de
um arco de descarga elétrica de uma máquina de fusão de fibras. A LPG
acopla luz do modo fundamental de núcleo para modos de casca da fibra
ótica, produzindo diversos vales de atenuação na banda espectral da luz
que é transmitida pela fibra.
Uma vez que os modos de casca são bastante sensíveis a variações do meio ambiente externo à fibra, este é um
transdutor extremamente sensível a parâmetros como índice de refração
deste meio ou curvaturas da fibra.

Máquina de fusão empregada
na produção das LPG.

Espectro de uma LPG
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Tomografia por
Coerência Ótica (OCT)
A Tomografia por Coerência Ótica (OCT - Optical Coherence Tomography), é
uma técnica que permite a obtenção de imagens da superfície ou do
interior de materiais. Essas imagens podem mostrar secções do corpo, ou
então podem ser combinadas para a formação de imagens tridimensionais,
de forma semelhante às imagens obtidas por meio da tomografia
convencional (CT - Conventional Tomography) com Raios-X. A vantagem da
OCT sobre a CT é a utilização de radiação infravemelha ao invés de
radiação ionizante, evitando assim os danos associados com a interação
desse tipo e radiação com tecidos vivos.
As imagens são obtidas com uma técnica semelhante à
utilizada no Ultrassom convencional, medindo o tempo gasto por um sinal
de inspeção (uma onda) para percorrer um caminho de ida e volta desde a
fonte até uma interface refletora dentro do material. O tempo de ida e
volta do sinal está relacionado com a velocidade de propagação da onda no
material e com as distâncias percorridas, permitindo o mapeamento espacial das diversas interfaces entre
camadas de diferentes materiais dentro do corpo. Por sua vez, a
intensidade do sinal refletido está associada com as diferenças de
densidade (ou de índice de refração) entre as interfaces do material,
permitindo o mapeamento dessa grandeza em uma escala de tons de cinza ou
de falsa cor.
As imagens de OCT exibem uma resolução espacial em
torno de 10 micrometros, uma resolução intermediária à obtida com a
Microscopia Confocal (~1 micrometro) e o Ultrassom Convencional (~100
micrometros a 1 milímetro).


Imagem de OCT das impressões digitais de um dedo
(http://www.cardiff.ac.uk/optom/research/researchgroups/biomedicalimaging/index.html) .
Imagem de OCT de uma cabeça de libélula obtida no Laboratório de Laser,
juntamente com fotografia (escala em milímetros).
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Leia mais sobre a nova área de pesquisa no CPGEI (Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial) na UTPR:
FOTÔNICA
EM ENGENHARIA
Espectroscopia Ótica
A capacidade de emprego de
espectroscopia de emissão, absorção e espalhamento Raman no estudo de
processos e de materiais já é bem conhecida
com aplicações na física, química, biologia, engenharia,
astronomia, indústria e meio ambiente. Uma das áreas de pesquisa do
laboratório visa explorar para sensoriamento, principalmente na área
ambiental, as funcionalidades da espectroscopia ótica e de colóides de
nanopartículas metálicas por ablação laser.
Particularmente no estudo de compostos moleculares, a
espectroscopia Raman é uma ferramenta útil uma vez que fornece
informações sobre a assinatura vibracional de compostos químicos
complementando assim à absorção no infravermelho. Apesar da intensidade
dos espectros Raman ser comparativamente mais fraca do que a intensidade
dos espectros de emissão, podem ser utilizadas técnicas de
intensificação a fim de contornar as dificuldades experimentais.
Uma das técnicas de amplificação utilizadas consiste no
espalhamento Raman intensificado por superfície (Surface-Enhanced Raman
Scattering, SERS). O SERS é obtido usando superfícies metálicas
nanoestruturadas ou colóides de nanoestruturas metálicas podendo
fornecer intensificações da ordem de 104 até 1015.
 
Sistema de ablação a laser para produção de nanopartículas metálicas,
bancada de espectroscopia UV-VIS e Raman e Microscópio Raman.
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